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POR FÁB IO SABBAG
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P
GUILHERME TORRES
O S IMPLES COMPLETAMENTE LÚDICO
artindo de um arranha-céu comercial no cen-
tro dametrópole, até um estacionamento feito
com containers empilhados – independente
da escala –, a arquitetura de GuilhermeTorres
nasce de forma plural e encontra adjetivos prá-
ticos e adjacentes à inovação.
Em sua jornada até agora, Torres moldou pragmaticamente
suamaneira de olhar e viver a arquitetura. Pautadonodesafio
da criação, provocativa e centrada na simplificaçãodas linhas,
Torres consegue transitar livremente entre os ambientes que
cercam suas aspirações.
Talvez por isso seu compasso arquitetônico faz o tempo vi-
brar e sua visão explora o campo quase infinito das texturas.
Nasce, então, a evidente chave da customização em forma
de ergonomia e conforto.Nessa partida, função e proporção
atuam em parceria e revelam, por assim dizer, a autenticida-
de de suas obras.
Nesse balaio de conceitos e ideias plausíveis, o simples
ressurge como matriz que norteia as diferentes filiais. De-
finitivamente, Torres encara o simples como algo comple-
tamente lúdico. Convidamos você, agora, a embarcar nesse
mundo contemporâneo da arquitetura. Podemos adiantar
que o legado deTorres está sendomontado demaneira di-
visível, com nuances nítidas de pluralismo. Sempre com o
simples na liderança.
>Umdos ‘dogmas’ defendidospela suaarquiteturaéoper-
feccionismo.Oque significa serperfeitonaarquitetura?
Não é um fim, é ummeio. Sempre estou em busca de um
apuro estético, deuma simplificaçãode linhas.É saber cobrar,
saber ensinar como se faz. Esperonadamais doque omelhor
para as pessoas, e das pessoas, sempre.
>Há sempre quem defenda uma arquitetura pragmática
com nuances de anarquia, no sentido mais limpo dessa
palavra. Sua arquitetura foca, em absoluto, o desenvolvi-
mento em regras ouhá espaçopara tempestades criativas?
A criatividade é uma fagulha no início de todo o trabalho, e
que acaba cedendo espaço para as etapas “burocráticas”, por
assimdizer.O rigor volta a aparecer justamente aqui. Émuito
importante que o arquiteto semantenhafiel às suas aspirações.
Não sou do tipo que aceita um “não”. Preciso entender oma-
terial e seus limites e, se receboumanegativa, vou embuscade
outra técnica para chegar ao resultado previsto inicialmente.
Emoutras horas, a criatividade está justamente presente na ca-
pacidade de adaptação. Éuma arte saber quando ceder.
> Equilibrar a estética rigorosa da arquitetura com uma
leveza lúdica é umdos aspectos encontrados nodesignde
interiores de seus projetos. Pode, por favor, exemplificar
comprojetos já consolidados?
