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Acredito que um bom desenho deva se resumir a arquétipos.
Vejo isso em todosos trabalhos. Sóaceitoumprodutoquando
vejo uma simplicidade inerente nele. Acho o simples com-
pletamente lúdico. Gosto de formas que nos façam sonhar,
porque 99% das estruturas construídas pelo homem são, via
de regra, horrendas.
>Vocêacreditaquea comunicaçãoaberta trouxenovosde-
safios para o arquiteto?
Não sinto um desafio. Pelo contrário, nos meus processos as
mídias digitais sãominhas aliadas. Compartilho álbuns com
clientes no Pinterest, mostro para as pessoas um pouco do
meu olhar no Instagram. Por definição, sou seletivo. Tenho
um filtro natural queme faz prestar atenção somente ao que
me interessa.
>Grandes líderes empresariais desenham suas estratégias
para decisões rápidas emovimentos velozes. Essa tendên-
cia acaba sendo refletida em seus projetos corporativos?
Projetos corporativos sãoumpéno saco!Temdeaprovar emdi-
ferentes setores, comdiferentes pessoas que tratam tudo sem o
menor amor.Nãoachopossível fazerum trabalhodequalidade
sem entrega. E aindanão encontrei um equilíbrioneste setor.
>Você consegue vislumbrar omovimento da arquitetura
no Brasil de forma satisfatória? Há espaço para grandes
inovações?
OBrasil, infelizmente, é um gigante adormecido, deitado em
berço esplêndido e que não tem a menor chance de acordar
tão cedo. Pode chamarminha análise de pessimista,mas con-
vidoqualquer pessoa a folhear um jornal eolhar os lançamen-
tos imobiliários. Châteaux, maisons e afins são monstruosi-
dades muradas e beges que dominam omercado. As pessoas
ficam tão intoxicadas de coisas ruins que, ao avistarem algo
bom, jánão têmmais discernimentopara julgar.A escolamo-
derna brasileira tem tido uma morte lenta e triste, mas, em
CI House. Seguindoa premissade
espaço expositivo, todasas paredes
são imaculadamente brancas, com
sistemade iluminaçãodesenvolvido
especialmente para este projeto:
sancasqueabrigam ledsdescemdos
forros, emrasgosdramáticos.
VPHouse. Ograndedesafio proposto
ao StudioGuilherme Torres foi decorar
umapartamentode 121m², no bairro
de Pinheiros, São Paulo, semalterara
plantaoriginal. Apenasalteraçõesnos
revestimentosoriginais foram permitidas.
Partindoda premissade projetar espaços
integrados, queabrigassemcomconforto
um jovemcasal comum filho pequeno, os
arquitetosoptaram porhomogeneizar
acabamentos.
