Villagres - Edição 03 - page 29

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les quatro anos,me formandodesigner gráfico com ênfase em
produto. O curso dava toda uma estrutura de conhecimento
de arte, de história, de conceitosde criação.”
E a fotografia já se fez presente nos anos de faculdade. Apesar
de não ser o foco principal, despertou mais ainda o que ele
já tinha de fotografia em sua vida. “Vivi a era do filme até
quando comecei a interagir profissionalmente com fotogra-
fia. Por estar no mercado de criação, prestei muitos serviços
para agências de evento e me antecipei na atualização com a
tecnologia digital, que iniciava uma grande evoluçãonomun-
do da fotografia e foi o queme permitiumais oportunidades
ainda.Comecei fotografandooBalé Stagium e, daí emdiante,
embalei no mercado de fotografia registrando o mundo das
artes, espetáculos, eventos, e sempre com a fotografia pessoal
presente emminha vida”, revelaRene.
A fotografia, de acordo com Rene, nada mais é do que a
sensibilidade de uma pessoa que está ali atrás da lente para
captar aquele momento, para entender, para sentir aquela
pessoa, aquele ambiente, aquela luz. “Ser um bom fotógrafo
significa aliar todo o conhecimento técnico numa evolução
histórica, passando por transições, sendo receptivo a elas.
E sempre trabalhar o seu conceito, a sua essência, a sua per-
cepção, a sua sensibilidade. Chegar no momento de valor
da realização da cena, do fato em si. E é aí que eu cito Se-
bastião Salgado, fotógrafo brasileiro renomado que ganhou
vários prêmios internacionais.”
Como paulistano apaixonado pela cidade, Rene viveumuito
pelo Centro de São Paulo e sempre retratou a cidade através
dos contrastes e sutilezas presentes no dia a dia. Para ele, a fo-
tografia também exerce um importante papel na arquitetura e
nodesign, e falandodeBrasil, especificamente, ele coloca que
estamosnumpaís emque a arte, em todos os sentidos, édifícil
de ser assimilada, de ser percebida. “O acesso todo que temos
hoje, não só à fotografia, mas também aos outros recursos, as
mídias sociais, o Instagram, o celular, que hoje permite um
recurso muito bom de registro de imagens, insere a fotogra-
fia definitivamente na vida das pessoas. Hoje, no Instagram,
por exemplo, encontramos foto de uma maçaneta, de uma
textura de portão que está enferrujado; elementos que antes
eram considerados lixo, hoje viram uma forma artística de se
expressar. Esse é um novo momento da arte, de detalhes de
uma peça a qual você sempre passou ali ao lado dela e nunca
se atentou. Isso é a fotografia. O grande lance da fotografia é
você enxergar aquelemomento, aquele ângulo, aquele objeto
ao seumodo, com sua visão, sua interpretação.”
Mexendocomaalma
A fotógrafaAndrea deMarcoNatali cita uma frase deRubem
Alves, teólogo, educador e escritor brasileiro, para explicar a
arte da fotografia: “Há olhos que agradam e acariciam a gente
como se fossemmãos”.“É isso que a gente tem que fazer com
aspessoas.Quando elas foremolharum trabalho, elas têmque
HORIZONTE - AndreaNatali
Desejos involuntários - AndreaNatali
“O fotógrafoprecisa ter
alma,poisa fotografia
nãoésóuma imagem, ela
precisa terumsignificado
muito forte,precisamexer
comaminhaalma,
commeuespírito,
mecausaralguma
sensaçãomais forte”
AndreadeMarcoNatali
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