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o que é e onde tem esse tipo de imagem, que vai desde uma
fotografia documental até uma fotografia conceitual.”
Cecília acha engraçado que havia uma resistência muito
grande em relação aos resultados de uma foto produzida por
smartphone e, como num castelo de cartas, o preconceito vai
caindo. “Todomovimento novo de arte encontra resistência.
Quando VanGogh pintava as pessoas não gostavam daquilo
que ele fazia.”
Cecília também tem a fotografia em sua vida desde criança.
“Meu pai gostava muito de fotografar. Eu era pequena e me
lembro de vê-lo namesa do lavabo revelando fotos. Eu era da
altura do lavabo e ficava ali apreciando aquele processo de ver
a foto surgir no papel. Eu ganhei a minha primeira câmera
quando eu tinha 9 anos.”
Após se formar no colégio, Cecília foi cursar o IADE (Ins-
tituto de Artes e Decoração), que era direcionado às artes.
“Hoje, eu vejo que aquele instituto transformou todos que
por ali passaram. Lá eu comecei comum cursode fotografia e,
depois, fui fazer design gráfico na FAAP, onde tive fotografia
também e nuncamais eu consegui parar de fotografar.”
Cecília vê o fotógrafo principalmente como um artista, mais
doque a coisa técnica. “Oolhar do fotógrafo cria um conjun-
tode volumes ede linhas e é como seoolhardagente estivesse
detectando para ver o que vale a pena ser retratado e deixado
para a posteridade. É aquele segundo do clic. Nomeu traba-
lho, o que eumostro é o que não está visível. Eu acho que o
fotógrafo tem uma perspicácia, uma visão raio X de enxergar
o que não está querendo ser dito.”
O trabalho deCecília, quemoroudurante seis anos emMuni-
que, naAlemanha, émuito ligado à arte,mais especificamente,
àArtNouveau, com inspiração em três artistas austríacos:Gus-
tav Klimt (artista do começo do século 20), Egon Schiele (da
mesma época e discípulo de Klimt) e Friedensreich Hunder-
twasser (arquiteto, artista e visionário, preocupado comomeio
ambiente), pelo trabalhodos quais tem verdadeiro fascínio.
A fotografia é uma das principais ferramentas para a composi-
ção, para o estudodo volume, das linhas, segundoCecília, e é
aí que ela sempre andou junto com as artes em geral e a arqui-
tetura como arte, também. “Quando eu estava na faculdade,
meu trabalho de conclusão de curso foi a relação entre a foto-
grafia eodesenho.A fotografia sempre influenciouodesenho,
desde a “câmera escura”, lá atrás, quando ainda não existia
máquina fotográfica não existia a lente. Eles descobriram que
um lugar fechado com um buraquinho de luz fazia a imagem
entrar e se projetar de ponta cabeça, e essa imagem era usada
para fazer os desenhos.Vários artistas plásticos usaram isso em
seus trabalhos. Uma coisa depende da outra.”
Cecília enxerga a arquitetura e o design muito interligados
com a fotografia, que hoje em dia está mais presente do que
nunca na vida das pessoas por causa dos smartphones, que fa-
cilitam a vida de todomundo. “Epor que nãodoprofissional
fotógrafo e doprofissional arquiteto? A imagem já vinha forte
antes dos smartphones com a imagem projetada, a imagem
daTV, que faz com que a gentemude nosso olhar perante as
coisas.Omundo émais do que nunca imagético”, conclui.
“Oolhardo fotógrafo
criaumconjuntode
volumesede linhas, é
comoseoolhardagente
estivessedetectandopara
veroquevaleapenaser
retratadoedeixadopara
aposteridade.Éaquele
segundodoclic”
Cecília São Thiago
Honfleur - CECÍLIA SÃO TIAGO
Paraconhecerum poucomaisdo trabalhodos profissionais
entrevistadosnestamatériaacesse:
RenePaciullo
Portfolio:
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CecíliaSãoThiago
AndreadeMarcoNatali
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