Villagres - Edição 03 - page 30

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fotografia
sentir como se estivessem sendo acariciadas. A foto tem que
causar algum tipo de emoção. Isso para mim é fundamental.
Oque você fotografa vemdoque você lê, doque você faz, das
viagens que você faz, enfim, a pessoa temque transmitir o seu
conhecimento de algumamaneira. Na hora em que for foto-
grafar, seja em qualquer segmento, ela tem que saber colocar
isso dentro da imagem.”
Formada em arquitetura pela Belas Artes, em filosofia pela
USP e artista têxtil por vocação, Andrea, há 25 anos, cria es-
tampas manuais em tecidos para as grandes marcas damoda.
“Nisso, eu desenvolvi a fotografia. Na verdade, ela sempre fez
parte da minha vida. Quando criança, meu pai me deu uma
câmera aos 10 anos e dali eu comecei a fotografar e nunca
mais parei.Mas eu comecei a levarmais a sério a fotografia de
10 anospara cá, quando fuimorarno litoral epassei a fotogra-
far o nascer do sol em todas as suas estações. E para qualquer
lugar domundoque eu fosse eu fazia essas fotos. Issopassou a
se tornar parte daminha vida.”
Quando Andrea voltou a São Paulo, a fotografia passou a
fazer parte de sua vida profissional. Foi convidada a par-
ticipar de algumas exposições por amigos fotógrafos que
achavam que ela tinha que sair daquela “coisa” virtual de
Instagram e Facebook e começar a imprimir e mostrar sua
fotografia de outramaneira.
“Dentro da faculdade de Arquitetura eu já trabalhava e apre-
sentava todos osmeus trabalhos em tecidos, tudodesenhado e
pintado amão.Dali surgiu essa parte da artista têxtil. A parte
daFilosofia, eufiz umdoutorado emFilosofiadoAmor, tanto
que eu sou filiada ao FreeHugs pelomundo. Isso é umama-
neira de observar o comportamento humano, de saber como
as pessoas se relacionamno dia a dia”, observa ela.
Para Andrea, “o fotógrafo precisa ter alma, pois a fotografia
não é só uma imagem, ela precisa ter um significado muito
forte, precisamexer com aminha alma, commeu espírito,me
causar alguma sensaçãomais forte”.
Tendo Sebastião Salgado como o profissional predileto, An-
drea cita também os amigos com os quais participa de exposi-
ções coletivas como inspiração. Atualmente, Andrea está tra-
balhando para fazer a sua primeira exposição individual e foi
por conta de uma exposição anterior. “Ela foi inteira baseada
no filme doWimWenders chamado Asas do Desejo, que é
um filme rodado em Berlim, em preto e branco, mostrando
aquela coisa urbana da cidade, com os anjos todos de preto.”
Hoje em dia, a fotografia trabalha lado a lado com a arte têx-
til de Andrea, segundo ela, principalmente porque estamos
numa era totalmente digital, onde o manual acabou se tor-
nandomuito caro. “Através de uma câmera digital eu consigo
transformar as minhas estampas em estampas digitais. Dessa
forma, meu design têxtil caminha muito junto com a foto-
grafia. Quando eu fiz o meu trabalho final na faculdade, eu
foquei muito no quanto a arquitetura e a moda andavam de
mãos dadas. Esse foi o foco do meu projeto final do curso
de Arquitetura da Faculdade de Belas Artes. Naquela época,
muito pouca gente enxergava essa relação entre a arquitetura,
amoda, a fotografia e o design, e eu já colocava tudo isso.”
Andrea cita um projeto recente chamado “Mobigafia”, que
veio com essa proposta da fotografia de Instagram. “Hoje,
existemmilhões de pessoas que são fotógrafas e nem sabem.
O Instagram abriu muitas portas e vai mudar totalmente
o seu conceito, semelhante ao Facebook. Um bom celular,
hoje, é uma ferramenta fundamental para o acesso à foto-
grafia com boa resolução. Eu faço uso dele no meu traba-
lho, sem contar os aplicativos, onde você faz toda a parte de
edição no próprio aparelho.”
Recursosmodernos
A fotógrafa Cecília SãoThiago também defende o Instagram
comoum agregador e, através dele, está fazendo exposição em
Kiev, na Ucrânia, Cidade do Cabo, na África do Sul, e em
Honfleur e Pontl’évêque, na França. “Omundo se tornoupe-
queno com o Instagram; os meus contatos diários de pessoas
com as quais eu curto as fotos e converso estão espalhados
pelomundo. Portanto, se ele não existisse, eu jamais teria esse
contato emuitomenos teria a chancede expor omeu trabalho
foradopaís, semprecisar estar lá.Eu comecei a tomarpartede
um grupo e participar justamente com esse jeitode fazer foto-
grafia emque a pessoadisponibilizauma imagem, você a pega
e edita do seu jeito através dos aplicativos iPhone ouAndroid.
Faz um tempo eu vi um documentário na TV falando que
existia no mundo um novo movimento, que começou com
um inglês e se chamava iPhoneografy e, pesquisandona inter-
net, vi que existeuma sériede links, sites sobreoque significa,
CATEDRAL - CECÍLIA SÃO TIAGO
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